falam de mim oiço-os línguas afiadas no redemoinho eterno dos gorjeios obsoletos
a tua imagem muda consola-me rodeado de árvores enlouquecidas flores negras que acenam às pérfidas palavras doida correria da caixa nocturna a esculpir mágoas sobre o homem que esmorece no roseiral o corpo das defuntas revolta-se em tempo de trevas pintado com cores avermelhadas o espírito menstruado no templo da obscenidade uma bruxa vomita cartas no zodíaco plácido que se rasga nas ondas do rio tarde atenta ao cavalo alucinado das ramarias enredadas em copiosos pingos de gelo misterioso florescimento de cómodo cio pensamento imenso de brancas coxas ante abismo de vento em fúria
jaz o mel da alma na hóstia de olhos azuis
criatura fluida gerada no interior da corola dor em flor de longos cílios
anoitece e as bailarinas gritam impropérios para além do sonho de mansas curvas
minha glória meu prazer
eterna fama de ave migratória
Sem comentários:
Enviar um comentário