diz-se que amou e foi amado por corpos e almas todas sedentas de amor transcendente amor de carne divinizada
incapaz de enumerar todos as suas benquerenças no diário vermelho vivo da noite flamante páginas de sensualidade santificada
deixou-se constranger pelas paixões que a cada outono eram visitadas pela morte
capitulando uma a uma como folhas ressequidas
hoje são muito poucas amanhã nenhumas irão restar nem as rememorações arrastadas para o promontório da viagem sem retornança
já não ouve o sussurro dos corpos na cidade
isolou-se sofrido em abismos vivos
a neve derrete as nuvens são vastas no quarto azul não suam os espíritos
tem uma tormenta de areia cortante no coração de filigrana
e na despovoada noite escura
extasia-se no rio que ala as orlas da alma
lua nova de camisa banhada a lágrimas
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