a hora é tardia volumes grotescos humilham-se pelas vielas enlambuzadas de néon
trazem nas mãos os sexos definhados em desalinho o que não se faz em casa nos lençóis de linho faz-se fora de portas retortas testiculares nos ânus sim senhor ministro
opus gay sinistro no parque de longas cabeleiras avermelhadas putéfias desdentadas
políticos
diplomatas
médicos
advogados
e outros celerados
no eduardo sétimo mil rabetas
as bichonas bebem lambretas
rua da prata das adúlteras
lapidadas
as putas mudaram-se mas continuam peladas
onde há bichas não acodem marafonas
tocam sanfonas no beco dos aguadeiros
pífaros na azinhaga dos azeiteiros
o fadista toca uma pífanada
a rosa maria faz uma mamada
a vizinha do terceiro fode o carteiro
o padeiro é paneleiro
ponho as minhas mãos no lume extinto
pelos passageiros ensonados do ónibus
poucos são os neófitos
muitos os pedófilos
o padre da freguesia de santo antão dos cus
procura desnorteado o menino jesus
a tola da beata arrecada as esmolas da caixa
em lisboa não se pode parar na baixa
e na província as mulheres têm buço
muitos são os pelos da rata
que deus nos valha
irmãos ficai-vos por casa
assim como assim toquemos uma gaitada
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