o vale consumiu a sua beleza
incendiados os verdes pinhais
os raquíticos castinçais
brejos por lavrar
até os amores da infância ardem nos círios oblíquos da ermida
morreram os poetas sonhadores
olhos que não se deleitam nos verdes luzidios
visão contaminada pela inveja e hipocrisia das gerações doiradas
saúdo os anciãos no peito da saudade
inclino-me perante as campas abandonadas
covais antigos
a minha oração é desesperança
meu coração tições afogueados
a honra perdida
nunca mais será vista
nem alcançada
adeus aldeia
adeus
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