teu corpo regozija-se no meu
em longas penetrações seguidas
noite a violar os vales de breu
com tuas coxas ainda húmidas
amante sem sono e fadiga num assim
libidinoso movimento de sublime anseio
algo que não se cria foi nascido em mim
no dia em que minha alma ao mundo veio
encontrar-te foi apenas a consumação
arrebatamento de águia em volteio
que ao aterrar de suas garras fez mão
e do bico adunco delícia do meio
quando te tenho com sofreguidão te amo
se partes fica-me o corpo na alma vazia
a latejar a sombria imagem de orgasmo
que não vem nem na noite nem no dia
morre a jornada com o sol-pôr da esperança
morre minha carne nesta terrível indiferença
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