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ARTE

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DOCE CAVALGADA




manhã jorrada pelas persianas de penas azuis     recompensas de outro mundo nas estrelas     luzeiros ainda acesos
o viajante troteia ao vento de oeste     corcéis doirados com os passos guiados pelo deleite     são tão estranhas as vias do amor     da inveja
hoje leve e puro
amanhã pesado no rosto ensanguentado
um duelo no bosque verde     gramíneas mudas em peleja     espada guarnecida a lírios crava-se no peito de pura verdade

abram-se fêmeas
aos machos porosos
que vamos de cavalgada

enquanto no mundo se dorme
ame-se na montanha de jade
que vamos de cavalgada

doce o pensamento que se materializa
eternidade consorciada à fecundação
desígnio encapotado de mão velosa
a frequentar teu corpo de azevinho
invadido pela melancolia e saudade
que vamos de cavalgada

cavalgo-te     prospera em mim o mais límpido instinto     que venha o vinho     assim te amo assim te monto inebriado     o suor escorre     o membro cresce     teu pomo floresce     que o vinho venha     vulva alagada
movo-me violento     buscando o fundo ao gozo     quero ter-te     ouvir-te dizer que tanto é o prazer que faz doer
doer que não é dor     doer de amor
doce cavalgada





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