dia de eleições até os miseráveis sorriem não sabendo porque o fazem sem consciência do que lhe irão fazer
povo dono do sofrimento jugo que carrega tal junta de bois irmanada
rebelde na fala cobarde na gesto são milhares nos covis escondidos os que mastigam suas mágoas e expelem queixas nas águas dos bebedouros profanados
que lhes interessa se ao contíguo dói corpo ou alma?
chove aguaceiro infiel amargurado sozinho como cisne que escolhe morro para o derradeiro canto paz às suas penas
povo enlouquecido pelo consumo exigência de cosmética social como pardal-ladro em beirado de luz negra coça-se com o bico corroído nas partes definhadas e engelhadas
gente que grita no delírio da ficção vinte foram os anos de oiro falso que será deles agora amedrontados e abúlicos psicopatas? fantasia das arcas volantes e das profecias de videntes estremunhados pelo ópio da insipiência obtusos marujos de água adocicada pelas doações universais broncos toscos básicos varredores da parada
a escuta dos genitais generais sem armas os ais respirados com sofreguidão invenção projectada nas páginas de uma história impressa a ranço
inculto e patético crédulo e ridículo
apático acrítico besta de carga
escravo servil
que sofre
gazela despedaçada por leões
ovelha cercada por lobos
boi atacado por chacais
triste povo que padece no coração da infâmia injustiça sem revolta
já não há homens como os de outrora
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