silêncio a aldeia dormita
um cão ladra
quando no relógio da torre baterem duas horas as luzes irão apagar-se
repouso absoluto das almas
na mesquinhez avara da crise
penso nela
pensar nela é via de mortificação o apego mata não deveria pensar em ninguém em nada
como cigarra que se limita a cantar para plebe e soberano
sem apegamento não há lamento
eu que cinge com sua túnica de imaculabilidade a vida integral
vigília sonho sono profundo
uma guitarra no canto da sala no lugar do velho piano
uma estátua viva na ombreira do pardieiro enevoado
a imagem da vénus doirada estirada no leito mas é tão nova
um corpo nu retorce-se em sucessivos orgasmos corpo para te ter
sois tantas
qual escolher
louco é o afecto da ilusão querer dar ouvidos à razão o que bem ou mal está
o amor dispensa a moral
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