a gare fornos de algodres onde sopra a brisa da memória
depois de uma semana de retiro a canícula percorre-me o corpo embevecido pela visão dos carris lustrosos
ninguém no apeadeiro apenas o silêncio da solidão e o leve sopro da aragem nas folhas ardentes da vegetação
traves protegidas por óleo queimado gemem ao sol postado à meridiana dezenas de vagões estacionados aguardam a carga que tarda
a minha vontade mimosas que oscilam ao vento oscilante partida que é chegada chegada partida
vagabundo da vida será esse o meu destino?
penso nos nossos projectos
nas forças debilitadas pelo desapontamento
gostaria de retornar ao meu quarto longe do murmúrio da cidade sou lacedemónio
as luzes do mundo já me não seduzem
vou e quero voltar na urgência de alma que se rasga e fragmenta
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