movimento diurno da provação fora a nortada fustiga o mar encapela-o de cinzento com a verdasca ressequida dos últimos guerreiros
um veleiro no meu espírito
uma quimera em meu estreito
arbítrio imponderado
corpo que em sonho me tenta
em pobre verso lírico
depressão sanguinolenta
escolha adiada
logo haverá luzes no terreiro e sonhos com mulheres de diamante bainhas talhadas por deuses em cópula ungida a mirra
o som de mozart inunda o aposento
mozart não é gente é sinfonia ou quarteto mozart não existe a sua música sim
o mesmo me irá acontecer a mim
permanecerá toda esta palha humedecida sem préstimo aguardando a queimação
uma escala de fá sustenido alaga os corpos irrepreensíveis da aparência de meretrizes e das filhas dos deuses que penetro no sono rudimentar de ancestrais desejos
a alma ferreamente apertada por cadeias de aço detona escuto-lhe o impulso que mais hei-de eu fazer
que mais poderei querer?
a carne o sestro que encandeia borra de negrura a mantilha nívea da probidade adormecida em suave leito azul-celeste
enquanto o vento ronda para leste
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