uma águia real no desfiladeiro deserto
um resineiro de almas excomungadas
o coração inflama-se nas vísceras do cisne negro
ser-me-á tolerado alguma vez ouvir os teus poemas?
a voz ouve-se a voz e o eco nas profundezas do ventre
sombra de nuvens na parede de mármore a interrogar os deuses
desfibrados em trançado filigrana do passado
hoje não verei ninguém enquanto a paz reluz na carruagem de seis rodados
vinte azagaias apontadas ao centro da planície onde o melro canta operetas de solaz
prostrado nos degraus cinzentos do salão doirado
conformado à tua tenção vigio
poderei alguma vez auscultar os teus poemas
aconchegar o teu cabelo?
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