sombras chovem descontinuidades enquanto me movimento no precinto sem tecto
há um santuário doirado efervescente no fundo do coração em chama viva que erijo
um poema em cada verso por rimar
hora de orçar o alento tempo rijo marear em águas temperadas na robustez do costado
fenda na alma tapada com estopa alcatroada
agonia que corrói as entranhas momento azul
a tarde não deslembra o crepúsculo matinal as velhas vacas amamentadas pelo suor dos ardinas
basculham a sudação sobrenatural das marafonas atlânticas
surdina da fome de mar no tentáculo ofendido em seus tendões
as nuvens chovem no meu movimento
quando paro ressaca nebulosa de vaga paradoxal
anelo de temporal
veleiro expirante na rota impossível discordante aos alíseos dementes
dedos de mareantes colados à cordoalha disforme
a partida e a chegada dos cavaleiros bandeirantes da decrepitude
descobridores do entejo
do tejo parto imagem de nossa senhora dos navegantes à proa
sem saber se retornarei ou não
pela torna-viagem uma loa
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