nem um veleiro no tejo da minha puerícia ainda surda ao chamamento das ninfas submersas em coifas
um edifício debruça-se nas águas sonolentas da baixa-mar
o fedor da vazante a imundície que vem de montante
um cargueiro apresta-se para sair a foz
onde aportará que estiva no coração do porão?
choram águas na proa insensitiva maresia da dor
próxima paragem algés um circo à beira-rio os animais de outrora saudade a arrastar pela crista das pequenas vagas do areal os carneirinhos prenunciam aguaceiro
rodados de todas medidas alguns soldados na berma à sombra de uma obra estupidamente moderna
as ruínas da velha casa
longínquo o cristo-rei ausente com a cidade por abraçar
em puro gemido se eleva
sacramento falsidade santidade pecaminosa
gente que mente
a crise ensandeceu estes homenzinhos sem futuro
última paragem
Sem comentários:
Enviar um comentário