para chegar às paredes da alma basta-me cerrar os olhos sem fazer qualquer esforço
não me empenho na abertura do seu portal
sem que o veja nem que o saiba sinto que se esconde nas profundezas nutrindo-se de luminosa escuridão
solidamente solitário ilimitado limita-se voluntariamente
compassivo com raridade se oferece ao supremo banquete dos vivos de tão longínquos quanto iludidos
perdida no horizonte a união amorosa o rebanho não se alimenta no campo acabado de lavrar para o pescador é inútil o rio seco e a ave ferida não pode voar
quando a ave se cura faz-se voo e não pensando que voa vagueia indómita nos longos cabelos azuis matizados de branco-cinza
oração de silêncio
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