mesmo autenticando a inutilidade da palavra persisto em falar
lavrar impiedades no papel precioso quando vazio e improfícuo se preenchido de sinais burlescos
observo a flor em silêncio que mahakashyap olhou
só a flor existe na campina que a esgota e é por ela consumida
só mahakashyap compreendeu
louco porque razão tropeças nos teus próprios passos?
primeiros passos da criança-nova
evacuar a alma
emudecer a voz
não encalçar nada
depois com a mente desapossada de todas as inanidades voar sobre a ravina mortífera para além do próprio vazio planando nos céus sem opostos
e descoberto o buda mata-o vai além mais além além para além do além
a verdade num corpo e numa alma a ocupar e a consagrar amorosamente o universo
decisivamente
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